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Crash das tulipas (por Adalberto Paulo Klock)

Publicado em: 21/01/2020

Para os pequenos aplicadores na bolsa e compradores de bitcoin

A primeira crise de bolsa de valores ocorreu na Europa do século XVII. Ganhar dinheiro sem nenhum esforço, e isso aconteceu vendendo-se flores, no caso tulipas, que cresciam em algumas partes da Turquia, e foram trazidas à Holanda, onde cultivadas.

Somente nobres e banqueiros endinheirados, ainda no século XVI, tinham acesso às flores, era artigo de luxo e virou sinônimo de riqueza. Uma tinha especial beleza, causada por um vírus (mas na época não se sabia da existência de vírus), ganhando nome pomposo: Semper Augustus. Por ser escasso, o preço subiu. Porém a tulipa somente podia ser cultivada na Holanda entre a primavera e o verão, quando floresciam. A procura cresceu e se tornou produto de cobiça, aumentando o preço e virando sinônimo de status entre os super-ricos. E com a demanda aquecida, e caso o produtor precisasse de dinheiro no inverno (fora da estação quente), esperar tanto tempo para ter dinheiro não fazia sentido. Assim, passou-se a garantir a venda repassando o direito futuro à tulipa quando ela florescesse, ou seja, com a venda de um título de tulipa. Houve gosto pela ideia e o mercado floresceu.

E rapidamente os “vales tulipas” passaram a ter valor no mercado e valorizar. Comprar e vender mais caro tornou-se a praxe. Adquiria-se um título e logo em seguida se podia vender com 10 a 20% de ganho. Os sem capital, podiam adquirir empréstimo de manhã, comprar um título e o vender em seguida, conseguindo pagar o empréstimo e os juros e ter, ainda, o almoço e janta com a família. Pessoas viviam disso.

Os primeiros a negociarem tulipas eram ricos e grandes empresários holandeses. Mas até para eles o mercado se tornou caro só por uma flor, abandonando o negócio. Porém, as notícias que tulipas na Holanda poderia enriquecer correu o mundo, e estrangeiros ingressaram no mercado, especialmente franceses, elevando os preços até o limite máximo para abocanhar lucros. Esses estrangeiros tratavam-se de tecelões, sapateiros e camponeses especialmente do norte da França, que venderam suas casas e propriedades para aplicar na compra de título de bulbos de tulipa, para os revenderem com grandes lucros. Chegou-se ao ponto de tulipas valerem, na Holanda, mais do que uma casa em Amsterdã. A especulação era o negócio, ganhava quem comprava e vendia logo adiante, prometendo muito lucro ao novo comprador. A valorização foi tanta que um único buldo podia ser vendido por seis mil florins. Com esse valor se comprava 27 toneladas de trigo ou 50 toneladas de arroz. E como os valores eram tão altos, não se negociava com dinheiro vivo, mas basicamente com financiamentos, com a promessa de tudo se liquidar com a entrega das tulipas no verão.

Em 03 de fevereiro de 1636 a farra acabou. Não há um motivo claro na literatura, mas aparentemente terminou o número de “loucos” que hipotecavam suas casas para comprarem uma tulipa. Esse tipo de pessoa que vende tudo para entrar na especulação, é minoria, “pero, que aí, aí”. E quem tem um pouco de bom senso pula fora com algum lucro antes da explosão da bomba. Mas isso não aconteceu na Holanda e ainda se descobriu que alguns títulos eram falsos. Do dia para a noite os títulos não tinham mais valor algum e o mercado quebrou. Porém as dívidas com bancos, investidores, floristas, ficaram, e todos queriam receber. E essas cobranças vieram, produzindo dois anos de litígios e brigas. No fim, o governo interviu e declarou poder ser anulado os contratos desde que pagos 3,5% dos valores ajustados. E o comércio de tulipas voltou ao normal, mas com preços baixíssimos pagos pelos colecionadores.

Essa é a história da primeira bolha de mercado, quando pela primeira vez se especulou para elevar o preço e lucrar absurdamente no mercado de títulos. Já a quebra ocorre quando não mais se encontram pessoas dispostas a pagar além do valor real. Aí elas param de comprar e rompe a corrente de transferência de dívida.

Já no Brasil, a nossa Bolsa de Valores alcançou índices nunca antes alcançados, e ainda tivemos uma saída recorde de moeda do país em 2019, no valor atualizado de 37 bilhões de dólares.

Algo não cheira bem! O colchão, nessas horas, é mais confiável.

*Adalberto Paulo Klock é servidor público.

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